Azenha de Pelores
O açude que servia para desviar água para a azenha, fazendo a roda girar, já não existe. Era feito em madeira (estacas e tábuas). Vários anos depois da azenha não funcionar, pescadores destruíram-no com a intenção que o peixe subisse rio a cima, tornando o rio navegável desde a barragem de Castelo de Bode até à foz do Zêzere (Constância).
A casa da moleira está em ruínas devido à queda de árvores sobre a casa. As paredes que estão erguidas junto a azenha fazem parte dela. Aqui era onde se guardava a farinha e os cereais que as pessoas traziam.
A azenha ainda permanece minimamente intacta. Devido às cheias, que modificam o rio, a azenha não tem qualquer água junto dela. No exterior ainda se encontra a roda de ferro e o que sobra de uma das mós (entre a azenha e a casa da moleira).
Não há data certa de quando a azenha deixou de funcionar mas já em 1975 já a mesma estava abandonada. Havia quem fosse para aquelas margens pastar o gado e se abrigasse na azenha.
A Roda |
O que sobra da mó |
Histórias das gentes daquele tempo
“Durante a grande guerra (2ª Guerra Mundial), numa altura de fome, os nossos pais mandavam-nos a nós à azenha. Éramos cachopos e lá íamos, com as sacas de trigo ou milho, caminho fora até a azenha, para que fizessem a farinha.Como não havia dinheiro e a miséria era muita, os moleiros só nos entregavam a farinha se fossemos apanhar lenha.
Apanhávamos a lenha da margem de cá e da margem de lá. Para ir ao outro lado buscar a lenha à outra margem fazíamos um cordão humano sobre o açude. Dávamos as mãos uns aos outros e assim é que juntávamos lenha para trocar pela farinha.
Um dia, a tia Amélia escorregou do açude e foi arrastada pela corrente. Nós aflitos a vermos que ela ia rio abaixo não a conseguíamos tirar de lá. Lá foram os moleiros tira-la do rio senão tinha morrido lá.”
(contado pela senhora minha avó, Maria Alice)
Esta pode ser visitada ao percorrer o Trilho no Rasto dos Templários. O CCDL (Centro Cultural e Desportivo Limeirense) com o apoio da junta de freguesia da Praia do Ribatejo promoveram à limpeza do trilho em Junho de 2016. A azenha, apesar do abandono, tem sido preservada e limpa por dois ou três pessoas do Cafuz por iniciativa própria, por gosto da natureza e do reviver outros tempos longínquos.
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