domingo, 29 de outubro de 2017

Um hobbie chamado Geocaching

Geocaching

Geocaching é um passatempo realizado ao ar livre, conhecido como o “caça ao tesouro” no mundo real através de coordenadas GPS. Seguindo o GPS, os praticantes (chamados geocachers) vão até ao local indicado com o intuito de encontrar uma pequena caixa (geocache ou cache). Este é um hobbie gratuito onde basta ter internet e um GPS ou telemóvel com GPS.


 


As caches são colocadas pelos geocachers, por norma, em locais de interesse, seja ele histórico, cultural ou paisagístico. Por exemplo um castelo, um local onde se realiza uma festividade, uma paisagem digna de se apreciar e fotografar, qualquer coisa que um geocacher considere digno de visitar. As caches podem ter diferentes formas e tamanhos. Estas podem ser uma caixa de rolo fotográfico, um típico tupperware, ou algo mais elaborado (como um tronco oco, uma peça de fruta artificial) ou qualquer outra coisa que se enquadre no esconderijo.

geocaching foi e é para mim visto como um mecanismo de turismo. Muitas vezes pensamos que conhecemos uma aldeia ou cidade mas acabamos sempre por descobrir um recanto a que não fomos e que por vezes é o mais belo dos arredores. 


Mais uma vez, com o intuito de dar a conhecer alguns lugares da nossa aldeia, utilizei o geocaching para georeferenciar locais, a meu ver, de interesse e onde muitos dos habitantes locais nunca foram ou desconhecem algum facto relacionado com o lugar, por exemplo as tapadas, a conheira (ainda não abordada no nosso blog), e o trilho "No Rasto dos Templários". Sendo que já existem caches da autoria de vários amigos no nosso território como é o caso do trilho d' "Água Férrea".


Algumas das caixinhas escondidas na nossa aldeia:










Apesar de ainda os resultados estarem aquém das ambiciosas expectativas, quase todos os meses tem havido quem se aventure à procura de mais um "tupperware" nas nossas aldeias. E em maio deste ano organizamos uma caminhada com geocachers de diversos pontos do país para percorrer estes bonitos locais.

Fotos da geocaminhada:



Foto de Rui Marques.


Nota: Sempre que vir algo idêntico ao descrito não estrague nem a retire, tente falar com o quem lá a colocou, todas as caches são colocadas com as melhores intenções e algumas dão muito trabalho e despesa para serem construídas.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Test Drive Kayak - Descida do Zêzere

Pela Água do Zêzere Abaixo

Com o Verão já acabado e com um Outono já em andamento, decidi fazer o test drive ao kayak, uma recente aquisição para explorar outras aventuras, e como por diversos motivos as únicas voltas que fiz foi só junto à foz do Zêzere.
O Zêzere sempre foi, é e será o "menino dos meus olhos" - talvez por ter paisagens fascinantes, talvez por ser um dos mais limpos ou talvez por tê-lo a meus pés e vê-lo todos os dias sem precisar de sair de casa – tinha de ser o escolhido para a primeira experiência a solo de pagaia nas mãos.
Fazer a descida de canoagem desde a Foz do Nabão até à Foz do Zêzere é algo fenomenal e recomendável a todos. São cerca de 8km que demoram umas 3 horas, onde a natureza alia-se ao divertimento.
As águas límpidas e cristalinas surpreendem-nos com alguns rápidos e com a passagem de várias espécies de peixes ao nosso lado. A paisagem verde dos vales onde remamos vai nos contemplando com a presença de várias espécies de aves, como águias, garças, patos, corvos, entre muitos outros.



A manhã solarenga e fresca proporcionaram um excelente início para esta estreia a solo (nada comparado com os 35ºC às 10h da manhã como na última vez). Com o caudal baixo e corrente fraca a previsão era de uma descida tranquila. Go Pro instalada, saco de reforço alimentar preso, colete apertado, rádio com fones funcional (nada melhor para fazer companhia) e aqui vou eu.

Primeiro obstáculo: uma passagem estreita com bastantes plantas aquáticas. Uma consequência da seca que estamos a atravessar e de não ter havido cheias as plantas aquáticas estão presentes em vários troços do rio. Estas dão servem para peixes se abrigarem do sol e também dão umas fotos bonitas. Passado o estreito “canal” que mais nos faz lembrar um ribeiro que um rio, lá segue a viagem. 



Segundo obstáculo: Mais uma passagem estreita com salgueiros. Tudo tinha para ser algo fácil de se contornar, mas uma remada mal dada e acabei por virar o veículo… Tal era o baixo caudal que havia mais probabilidade de fazer um traumatismo craniano do que me afogar.

A viagem correu de forma tranquila até aos Matos, passando pela foz do Ribeiro da Mata – agora seco -, por nateiros, escarpas, fundões e tantas outras coisas… A fazer-me companhia uma garça que teimou em dificultar a vida para a fotografar (como é belo puder estar-se em plena harmonia com a natureza). Depois de passar a foz do Ribeirão nada melhor que uma paragem no areal dos Matos e aproveitar para comer alguma coisa e uma ida à azenha dos Matos pelo trilho “No Rasto dos Templários” para ver como está.




De volta ao kayak lá segui viagem. O caudal mantinha-se baixo e a corrente fraca, sinal que a barragem de Castelo de Bode não estava a turbinar a água. Esta segunda parte mostrou-se mais difícil pelo facto do nível de água estar tão baixo, resultado: curtas caminhadas com os pés de molho a puxar o kayak. Mais umas passagens por estreitos canais que proporcionam sempre uma adrenalina miudinha para não acabar estatelado num salgueiro nem encalhado no areal.

Pelo caminho mais um casal de garças a fazer companhia, sempre assustadas com a minha aproximação. Mais a baixo momento de paragem para fotografar o (agora já conhecido) “São Cristóvão”, um barco de chapa soterrado apenas com a proa à vista. Um pouco mais à frente momento de fotografar a “Bipolar” – arte urbana da autoria de VIOLANT X SKRAN.



Momento de chegada à ponte da A23. Depois de mais uns metros com os pés de molho a puxar o kayak, lá cheguei à parte mais “radical” esta segunda parte da viagem. Os enormes pedregulhos existentes debaixo da ponte e o baixo caudal aumentam a perigosidade da passagem, virar o kayak neste troço deve significar arranhões e uma cabeça partida. Com calma lá fui contornando uns e roçando noutros, com a adrenalina a aumentar conforme a probabilidade de tudo aqui correr mal. Depois desta passagem uma chegada tranquila até Constância.
 


Resultado: 3h de puro divertimento no meio da natureza, cansaço, meia dúzia de fotos e mais uma história para contar…